segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

SAGITÁRIO (4)

                                                        

SAGITÁRIO ,
TEXTO DE CÍCERO ARATUS , SÉCULO XI
Dentro do capítulo da cinegética (do grego kinegetikê, arte de caçar com a ajuda de cães), temos que citar obrigatoriamente a história de Acteon na medida em que ela ilustra um dos principais problemas de alguns tipos sagitarianos que não sabem escolher a sua “caça”. Desta categoria fazem parte principalmente os tipos extrovertidos do signo, muito tentados pelas aventuras, de temperamento nômade, atlético ou explorador, sempre em busca de novos horizontes.  Esta falta de discernimento pode ser atribuída certamente à ausência de um mental superior, nunca trabalhado, que os orientasse nas “caçadas”.  Do seu entusiasmo não faz  parte o conhecimento, a cultura nem qualquer ideal de sabedoria.


ACTEON ,  ÁRTEMIS  E  NINFAS ( HENDRICK VAN BALEN , 1575 - 1636

Filho de Aristeu, apaixonado pela cinegética, Acteon foi educado por Kiron, mas, como a sua história nos deixa patente, não aproveitou ele as lições do Centauro-mestre. De temperamento inquieto, ávido de sensações, muito curioso, a história nos conta que durante uma caçada
ÁRTEMIS
noturna ele teve a sua atenção despertada por ruídos que vinham de uma fonte próxima, chamada Parthenios. Atraído pelo forte esplendor luminoso que se irradiava do local, logo entendeu que era uma divindade, a deusa Ártemis, que ali se banhava. Aproximou-se mais, tentando surpreendê-la, ver de perto o corpo da deusa. Irritada pela insolência do jovem caçador, Ártemis não o perdoou. Jogando-lhe água no rosto, transformou-o num veado, excitando e enfurecendo contra ele os cães que o acompanhavam. Os animais o destroçaram rapidamente.



MORTE   DE   ACTEON  ( PALÁCIO  REAL  DE  CASERTA , ITÁLIA )

Acteon, nos diz o mito, embora hábil caçador, cultivava a arte venatória de modo muito indiscriminado. Lançava suas setas na direção de alvos mal selecionados, descuidado quanto às suas escolhas, fazendo da vida um jogo oportunista, que o levava sempre a mais uma aventura. Despreocupado e inconsequente, preso à exploração de sua natureza sensual, desviava-se do caminho das buscas superiores. O fogo lhe dava o desejo e também o exagero na sua auto-expressão. Cheio de hybris, confundindo limites, invadiu o campo do sagrado para a satisfação do seu lado animal.

O tema da hybris, a desmedida, a falta de limites como transgressão, liga-se especialmente, como se sabe, aos elementos fogo e ar. O mito de Acteon bem ilustra, sagitarianamente o pecado do jovem caçador contra a
JAMES  STEWART ( A JANELA  INDISCRETA,
FILME  DE  ALFRED  HITCHCOCK , 1954 )
cinegética. Esta história, à luz da astrologia, nos põe também diante do primeiro voyeur da mitologia, diante de um personagem que dá revestimento ao arquétipo do voyeurisme, prática através da qual um espectador é atiçado por uma curiosidade mórbida. Voyeur é a pessoa que procura ver, para a sua satisfação e sem ser visto, cenas íntimas ou eróticas. Acteon é um exemplo clássico da pessoa que é tomada pela chamada pulsão escópica, a que têm por finalidade “olhar” ou “se mostrar” (exibicionismo).

Pà  E   CROTOS
Um mito grego que na antiguidade foi associado também ao signo de Sagitário é o de Crotos, um filho do deus Pã e de Eufeme, a famosa ama das Musas. Ele era muito parecido com o pai e habitava o monte Helicon, em companhia das filhas de Mnemósina. Era excelente caçador, rápido na perseguição das presas e também muito versado em artes. Sua vida era tão feliz que para agradar as suas companheiras, recompensando-as pelo que delas recebia, inventou o aplauso (bater palmas em sinal de aprovação) como manifestação de apoio, louvor e elogio. Quando Crotos morreu, as Musas pediram a Zeus que ele fosse colocado nos céus como uma constelação, revestido de suas principais características: uma figura que lembrasse um sátiro a cavalgar, a caçar, sempre pronto a disparar as suas flechas. Numa outra versão, Crotus teria formado a constelação do Centauro (2º Libra-28º Escorpião) e não a de Sagitário. Os gregos têm ainda uma outra versão para a origem de Sagitário, uma versão bastante “pobre”, aliás,  já que um dos nomes gregos do signo, Touzeutes, seria uma homenagem a uma planta que ao brotar suas folhas tomam a forma de flechas. 

Ainda que possamos descrever uma tipologia sagitariana mais ou menos variada, não devemos esquecer que há um traço no temperamento de todos os do signo que os une, uma necessidade de ultrapassagem de certos limites, uma ideia permanente de expansão. Esta ultrapassagem pode ser encontrada tanto nos tipos extrovertidos ou introvertidos, prevaleça neles o lado animal, humano ou espiritual. Há sempre um além para qualquer sagitariano, a expectativa de que algo poderá acontecer ou ser obtido mais adiante. Podemos falar que com Sagitário há sempre um eu em constante expansão, uma aspiração de superação de limites.

Não é por outra razão, por exemplo, que faz parte da vida de muitos sagitarianos o vício do jogo, tido muitas vezes como um transtorno psicológico de natureza compulsiva que os
DOSTOIEVSKI, 1968
( ILYA  GLAZUNOV )
leva a jogar e a apostar, algo que os domina de tal modo que ficam deixados de lado todos os seus deveres e obrigações sociais, profissionais, familiares e materiais. Um exemplo que bem ilustra o que aqui se expõe é o caso de Dostoievski, que, em 1866, publicou uma novela autobiográfica, O Jogador, na qual nos revela as dificuldades de um jogador patológico com relação às dívidas que contraía.



TOULOUSE- LAUTREC
Também não é por acaso que na vida de muitos sagitarianos encontramos referências a cavalos. Dentre dois casos notáveis podemos mencionar o de Toulouse-Lautrec (Sol, Júpiter e Mercúrio em Sagitário), que devido a dois acidentes, em anos sucessivos, na adolescência, quebrou o fêmur (região sagitariana no corpo) de ambas as pernas. Os traumatismos, operações mal feitas e doença óssea congênita fizeram dele quase um anão. Além de grande pintor e desenhista, foi artista gráfico excepcional, deixando-nos uma obra publicitária famosa, na qual se incluem cartazes sobre as corridas de cavalos no Jockey Club de Paris. Esta grande ligação com cavalos, aliás, era algo que lhe vinha da adolescência, uma paixão, diga-se, que o fazia, ainda bem jovem, cobrir folhas e folhas de vários cadernos de estudo com desenhos desses animais galopando, saltando ou sendo atrelados.

NIETZSCHE
Quando Nietzsche nos fala do super-homem, não há como se deixar de notar, a alimentar todas as suas formulações sobre este importante tópico de sua filosofia, aquilo que encontramos nos traços escórpio-sagitarianos de sua personalidade. Nietzsche encarna de modo exemplar, com essa combinação, o sagitariano revoltado e crítico com relação ao meio em que vive. Ao propor a libertação das rotinas e das tradições, aponta para horizontes em que o homem poderia se abrir para valores morais e espirituais mais elevados. Diz ele: Ir para além do homem é ir para além da forma homem pregada pelos humanismos que existem por aí, ultrapassar as ideias fechadas, os conceitos que mais parecem prisões. O que pode o homem? Mais nada, o melhor a fazer é ultrapassá-lo.

Uma das mais interessantes abordagens da relação Nietzsche-Sagitário-cavalo foi, sem dúvida, a de um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, o húngaro Bela Tarr, com o seu intrigante filme O Cavalo de Turim (2011), no qual temos, presentes, além de outras implicações, o tema do “eterno retorno”, como o filósofo o desenvolveu em sua obra. Num trecho de A Gaia Ciência encontramos essa ideia explicitada: Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e cada suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar; e tudo na mesma ordem e sequência – e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez e tu com ela, poeirinha da poeira. Este tema é apresentado e enfatizado no filme pela rotina diária do camponês, de sua filha e do cavalo.  Outro tema, que o primeiro acima referido deixa subentendido, é o do esforço da moral nietzscheana para que o homem possa sair do seu pessimismo mais profundo, indo além dele. Uma saída que deve se dar pelo reconhecimento de todas as suas experiências negativas, as “infelicidades” que a vida pode lhe reservar, e fazer com o seu desespero mais profundo a esperança mais invencível.


O   CAVALO  DE  TURIM


No que diz respeito a Nietzsche, o filme trabalha com um episódio da vida do filósofo nele não apresentado, mas conhecido por depoimentos de pessoas que o presenciaram, por elas narrado. Tudo, ao que consta, se passou em 3 de janeiro de 1899. Nietzsche, então vivendo na Itália, em Turim, saindo de casa, presenciou na rua o espancamento de um cavalo velho e miserável que se recusava a puxar uma pequena carroça. Um camponês, tão envelhecido e alquebrado como o cavalo, o chicoteava furiosamente. Nietzsche se colocou entre o velho e a carroça, de modo a impedir que a brutalidade continuasse, recebendo no seu próprio corpo as chicotadas. Perdendo os sentidos, foi levado para casa. A partir desse acontecimento, conforme registra a história do filósofo, Nietzsche nunca mais falou nem recobrou a razão. Morreu dez anos depois, a 25 de agosto de 1900, atendido principalmente pela irmã que sempre procurou associar os seus textos à doutrina nazista.


CRIME  E  CASTIGO
É de se lembrar também que alguns anos antes desse acontecimento com Nietzsche, Dostoievski, em Crime e Castigo, havia feito Raskolnikov, principal personagem do seu romance, passar por algo semelhante. Na sua infância, Raskolnikov teria visto uma égua sendo brutalizada por um bando de bêbados; em prantos, abraçou-se ao pobre animal, tentando protegê-lo. Leitor e admirador de Dostoievski, teria Nietzsche revivido o doloroso episódio inconscientemente? Ou mais uma influência sagitariana dentre as inúmeras que encontramos quando aproximamos Dostoievski e Nietzsche?

A melhor maneira de se estudar esta questão, além, naturalmente, do que nos oferecem os biógrafos do filósofo e a história da filosofia é, sem dúvida, a que nos proporciona a astrologia através das posições e das relações que o planeta Júpiter, regente do signo, ocupa e estabelece numa carta astrológica. Numa analogia com a condição humana, podemos descrever a fase jupiteriana na vida de alguém como a da aprendizagem do controle das pulsões instintivas e das ilusões do ego em proveito de uma contínua série de aquisições e benefícios diversos voltados para a humanidade. Se bem posicionado e relacionado, Júpiter sempre significa uma espécie de enriquecimento vital, que pode, contudo, se revelar muitas vezes de modo contraditório, tanto como confiança, generosidade, altruísmo e plenitude, como uma inexplicável rendição às pressões instintivas do lado animal do signo, do qual fazem parte apetites desmedidos, gourmandise, exageros, totalitarismo, prepotência e ostentação.

A Iátrica, outra arte ensinada por Kiron, é palavra grega que quer dizer prática médica (med é radical que indica dispensar cuidados, ocupar-se de). É a arte clínica, onde esta última palavra tem o significado de inclinar-se o médico sobre o doente, ao lado do leito. A Iátrica de Kiron procurava fazer com que os seus discípulos fossem os seus próprios médicos além, é claro, de agirem em função dos outros.  A arte da Iátrica que Kiron passava a seus discípulos tinha por base a klinikê, técnica médica que o iatra (médico) exercia junto do leito (kline).

ASCLÉPIO,  KIRON,  APOLO
( AFRESCO  DE  POMPEIA )
Desde os tempos míticos, a medicina praticada entre os antigos gregos, como Apolo, Kiron e Asclépio a representaram e Homero dela nos descreveu alguma coisa, tomou um sentido bastante concreto. No mundo homérico, os ferimentos eram pensados com bálsamos e algumas práticas mágicas eram utilizadas. Nesse cenário, não há como negar, porém, que influências xamânicas faziam parte dos processo de cura. Embora os estudos acadêmicos sobre a Grécia antiga sempre tenham evitado aplicar a expressão de Claude Lévi-Strauss, pensée sauvage, a manifestações terapêuticas como as aqui descritas, quanto ao mundo que abordavam, não há dúvida que a Grécia antiga, sempre considerada como a terra da filosofia e mãe da civilização ocidental, era em grande parte bárbara e foi muito mais oriental e "selvagem” do que se supunha por ter incorporado às suas tradições muitas influências orientais (anatolykas) e egípcias, de povos que não falavam línguas helênicas.

A Iátrica ensinada por Kiron estava muito presente nos templos de Asclépio (asclepieions). Além isso, é preciso considerar que grande parte do conhecimento médico do mundo mítico foi sempre transmitido dentro dos genos, abertos inclusive para o  que vinha do exterior (Egito e Ásia Menor). Em pouco tempo, grandes centros médicos (muitos rivalizando entre si) se desenvolveram em Crotona, Cyrene, Rodes, Cnido e, sobretudo, Kós, cuja influência se estendeu até muito depois do chamado período helenístico da história grega.


MAPA   DA   GRÉCIA  ANTIGA



RUÍNAS   DE   KÓS
Oriundo de Kós, a figura histórica mais conhecida da medicina grega, é Hipócrates, que com a sua prática difundiu o que o mito registrara com relação às suas divindades médicas. Hipócrates, por exemplo, nos falou da ciência dos temperamentos a partir das relações entre os elementos universais (fogo, terra, ar e água) e das qualidades primitivas e dos humores. Para ele, como para a Iátrica de Kiron, o ponto de partida das suas doutrinas médicas centrava-se na ideia apolínea de que a doença provém sempre de um desequilíbrio homem-mundo. Por isso, sua medicina foi, a um só tempo, biológica, psicológica, geográfica, histórica e astronômico-astrológica. 


AGONES  ( CERÂMICA  GREGA )

A terceira arte ensinada por Kiron foi a agonística. Agon, em grego, para o homem comum na Grécia antiga era concurso, jogos públicos, que ocupavam grande lugar na vida das cidades gregas. Revestiam.se esses jogos de um caráter solene, em homenagem a uma divindade, a um herói, a um imperador, a um morto ilustre. Os concursos podiam ser musicais, poéticos, hípicos, esportivos, atléticos etc. Literalmente, agon é luta, como temos em agonia, luta contra a morte

A agonística de Kiron era a arte pela qual o discípulo aprendia a lutar para superar os obstáculos que encontrava na vida, sempre presente uma ideia de transcendência. Contudo, os maiores obstáculos e dificuldades, conforme a agonística de Kiron dava a entender claramente, não estavam fora, mas, sim, dentro do discípulo, na situação conflitual do seu psiquismo, no combate que devia travar contra as suas tendências regressivas, contra os seus monstros interiores. É neste sentido que a agonística de Kiron procurava fazer com que o discípulo se identificasse muito mais com as potências do espírito (fogo espiritual, Sagitário) do que com as potências do mental (fogo racional, Leão) e do físico (fogo das paixões, Áries), ressaltando que a primeira vitória que o discípulo tinha que obter era a interior, sobre si mesmo.

A agonística , como fácil é constatar, punha em circulação muitas ideias que fariam parte da filosofia grega e que depois se integrariam  no pensamento greco-alexandrino (Hermetismo), em alguns de seus princípios como os da vibração, da polaridade, do ritmo e do gênero. Na prática os agones tinham grande importância na vida pública dos gregos. Esses princípios se revelavam sobretudo pela oposição mais evidente, a do homem e do mundo. É nesse sentido que toda doutrina humanista é dualista na medida em que através dela se afirma a liberdade do homem e a
AGONES ( AFRESCO GREGO ) 
impossibilidade de se reduzi-la às leis da natureza (determinismo absoluto), de absorvê-lo nos mecanismos sociais, num totalitarismo de Estado, por exemplo. Na prática, os agones eram dominados por concursos públicos musicais, hípicos, atléticos, esportivos de danças, literários, teatrais, poéticos, esportivos etc. Os mais famosos agones eram, naturalmente, os pan-helênicos, dos quais participavam as grandes cidades gregas, tornando-se os artistas e atletas vencedores verdadeiros heróis nacionais.      

A base filosófica da mântica, outra arte que Kiron ensinava, era a sympatheia: afinidade entre corpos, elementos e humores; relação corpo e mente, um afetando o outro; solidarização com algo ou alguém, especialmente com o estado mental de outra pessoa, sem que para isso o indivíduo se colocasse no lugar do outro; relação entre micro e macroscosmo. O entendimento do que eram sympatheia cósmica e dynamis (doutrina das potências), associadas à teoria dos elementos e às suas qualidades primitivas. Tudo isto em Kiron e depois na medicina de Asclépio, seu discípulo, tinha relação com uma arte que mais tarde tomaria o nome de Semiologia (semeion, sinal distintivo) médica, meio e modo de se examinar um doente, especialmente o de se verificar os sinais e os sintomas (sintomatologia) apresentados.


KIRON ( EDESSA, SÉCULO V )
A mântica de Kiron tem grande relação com a filosofia grega pré-socrática na medida em que ela aparece, principalmente através da medicina que era praticada em Epidauro, esvaziada do maravilhoso, do sobrenatural e do mediúnico. A proposta de Kiron era, no fundo, a de que seus discípulos se tornassem mestres na arte do diagnóstico, a arte de ver através dos sinais, não só sob o ponto de vista médico, mas mestres com a  faculdade de discernir, de conhecer, todas as mensagens que a vida lhes trouxesse. A palavra mantike é traduzida geralmente como adivinhação, uma possibilidade de comunicação com acontecimentos futuros, no geral concedida pelos deuses aos homens. A mantike grega admitia dois tipos diferentes. O primeiro era a comunicação direta através de um medium humano, o prophetes, processo divino, cujo melhor exemplo é o da mântica apolínea como a encontramos no oráculo de Delfos. Uma variante deste processo era o do aparição de um deus a um indivíduo num sonho (oneiros). O segundo tipo podia ser aprendido, ao invés da concessão divina, por inspiração. Consistia na leitura de vários fenômenos naturais como os hábitos dos pássaros (augúrio) e as entranhas de animais (haruspícia, hepatoscopia), na leitura do corpo humano e de suas partes (dactilomancia, quiromancia, glossomancia, craniomancia etc.

TEATRO  DE  EPIDAURO
As informações mitológicas que temos sobre Kiron põem também em evidência, com muito destaque, o seu papel como curandeiro, cujos métodos se baseavam sobretudo em tratamentos de natureza holísitica, com muita importância dada às dietas. A medicina posta em prática por seu discípulo Asclépio, em Epidauro, usava os mesmos processos, ampliando-os, porém, com o uso de técnicas psicoterápicas (metanoia, nooterapia). A medicina de Kiron se concentrava também na cirurgia e na quiropática, ambas relacionadas com o uso das mãos (kheir). Para astrólogos:  lembremos que no início da década de 1.970 Júpiter transitou por Sagitário. Foi a partir desse período, ao que parece, que a medicina holística começou a ser mais praticada, entrando em moda no ocidente, de modo mais intenso, inclusive as técnicas a ela ligadas como a acupuntura, o do-in, a massoterapia, a fitoterapia, a naturopatia e outras. Kiron, como nos revela o mito, teve uma longa existência e era considerado como um modelo da velhice robusta.