quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O ZODÍACO (2)

                                  

ZODÍACO  -   PADOVA



SEFER   YETZIRAH
Na tradição judaica, além de muitos outros, há um texto que está na base dos significados espirituais das constelações, o   Sefer Yetzirah (O Livro de Formação ou da Criação), que a tradição atribui a Abraão (o texto foi, ao que parece, escrito no séc. III cC). Este texto faz parte daquilo que os judeus chamam de Maesse Bereshit (trabalho do início da criação), ramo do misticismo judaico que trata de temas cosmogônicos. As tradições deste misticismo se baseiam no primeiro capítulo do Gênesis e só podiam ser ensinadas a um indivíduo (não a grupos) devido ao seu caráter secreto. Tais ensinamentos dizem respeito às alocuções divinas que criaram o universo e como o controle delas permite ao homem adquirir poder mágico sobre o mundo (gematria). Uma das principais expressões de Maesse Bereshit é justamente o Sefer Yetzirah, que detalha os trinta e dois caminhos da sabedoria subjacentes ao mundo criado. Eles são formados pelas vinte e duas letras do alfabeto, em várias combinações entre si, e as dez sefirot



ABRAÃO,   REFEIÇÃO  COM   FAMÍLIA  ( JAN  VISTO , 1619 - 1679 ) 

As letras se classificam em diferentes grupos, refletindo a sua
SEFIROT
ESFERAS  DE  LUZ
estrutura as três dimensões do espaço, do tempo e da alma humana. Os órgãos do corpo humano estão sob a influência astrológica dos planetas. Como o homem é um microcosmo, ele tem dentro de si os mesmo poderes divinos de criação que permeiam o cosmos, podendo usar técnicas de combinação das letras existentes no Sefer Yetzirah para libertar esses poderes. As sefirot tornaram-se mais tarde o sustentáculo da elaboração cabalística.

A ortodoxia judaica admite, ainda que não abertamente, que as influências astrológicas estão presentes na vida de uma pessoa. Há sempre a ressalva de que Israel, como nação, é diretamente guiada pelo divino (o que evidentemente nunca correspondeu à realidade do "comportamento" do país, principalmente depois de 1948) e que, por isso, ninguém que seja realmente religioso poderá se entregar à Astrologia. Esta mesma ortodoxia prossegue afirmando que Deus pode anular um infortúnio astrológico e que mesmo as previsões podem muitas vezes não se concretizar. 

MOISÉS  ( MICHELANGELO )
O que temos de concreto é que as histórias relacionadas com a Astrologia abundam na tradição judaica. Conta-nos essa tradição, por exemplo, que no Egito o faraó fora informado por seus astrólogos de que a pessoa destinada a redimir os israelitas da escravidão sucumbiria na água. Assim, ele ordenou que todos os filhos dos israelenses fossem lançados no rio Nilo (a história de Moisés). O cotidiano judaico, aliás. é "pura" Astrologia. Revelam-nos a antigos textos, por exemplo, que pessoas nascidas nos diferentes dias da semana terão traços de personalidade específicos assim definidos: domingo, distinção; segunda-feira, ira; terça-feira, riqueza e hedonismo; quarta-feira, inteligência; quinta-feira, benevolência; sexta-feira, piedade; sábado, os nascidos nesse dia nele morrerão. 

Alguns dias eram (são) considerados entre os judeus de sorte e outros de azar para empreendimentos específicos. Recomendava-se que não se bebesse água nas noites de quarta e de sexta-feira e que
ECLIPSE   DA   LUA
ninguém se submetesse a uma sangria nas segundas, terças ou quintas-feiras por causa das influências astrológicas negativas. Um eclipse da Lua sempre significava má sorte para os judeus, enquanto um eclipse solar significava má sorte para os gentios. Essa crença está preservada na saudação mazal tov (boa sorte), que os judeus usam em ocasiões festivas. Mazal, em hebraico, significa tanto sorte como signo zodiacal. 

Há ainda que se mencionar a questão da presença dos corpos celestiais no momento do nascimento como fator decisivo para a determinação do caráter de alguém, segundo a astrologia judaica.
MAIMÔNIDES
Os nascidos sob a influência de Marte, por exemplo, serão derramadores de sangue, assassinos, cirurgiões ou megarefes rituais. Para os cabalistas e rabinos medievais, os céus eram o “Livro da Vida”, sendo a Astrologia a ciência suprema. A ortodoxia, entretanto, sempre enfatizou que a Astrologia deveria ser considerada com muita reserva. O filósofo Maimônides (1.136 - 1.204 – judeu, espanhol), por exemplo, achava que a Astrologia não passava de um amontoado de superstições; para ele, um judeu deveria contar apenas com Deus. 

Segundo a ortodoxia judaica, a Bíblia proíbe práticas supersticiosas como a Astrologia com base no versículo: Estarás inteiro com o Senhor teu Deus (Deut.18:13), não sendo admitidas, por isso, introduções de crenças paralelas no monoteísmo de Israel. Contudo, tais crenças e práticas, inclusive astrológicas, penetraram na tradição popular: cura de doenças, tempos de sorte e de azar, tipos de comportamento que poderiam atrair a atenção de demônios, magia etc. Embora os rabinos tentassem muitas vezes erradicar tais crenças e práticas, por considerá-las alheias ao
TALMUD
Judaísmo, essa tentativas não tiveram praticamente nenhum êxito. Além do mais, é preciso lembrar que todo o ritualismo oficial judaico está estruturado segundo antigas práticas astrológicas. No Talmud (palavra que significa estudo), obra mais importante da Torá oral, encontramos, por exemplo, muitas referências às influências dos signos zodiacais sobre o povo judeu. 

ABRAÃO  IBN  EZRA
Uma das melhores fontes para estudo da astrologia praticada pelos antigos judeus é o livro de Abraão Ibn Ezra (1.090-1.164), comentarista da Bíblia e poeta espanhol. Durante boa parte de sua vida ele foi andarilho. Visitou Londres, foi à Índia. Viajou muito à procura de um filho único que se convertera ao Islamismo, Queria trazê-lo de volta ao Judaísmo. Pobre e sem sucesso nos negócios, atribuía sua sorte a um desígnio astrológico. Acreditava na Astrologia e na Alquimia; propunha que os sonhos fossem usados como meio de autoconhecimento. Corria a lenda de que ele chegara a fabricar um golem. Para a ortodoxia rabínica judaica, era crítico e independente demais, muito sarcástico, sempre suspeito de heresia. Seu principal texto tem o título de O Início da Sabedoria: o Livro das Razões, nele discorrendo sobre o Zodíaco.


PRIMAVERA  ( NICOLAS  POUSSIN , SÉC. XVII )
Voltando aos gregos, lembremos que eles já haviam acenado para nós com a possibilidade da divisão do Zodíaco em quatro partes (grupo de três signos), com base em sua mitologia. Por essa divisão, Peixes, Áries e Touro corresponderiam a um período uraniano, o da exuberância criadora descontrolada, o das entidades primordiais ainda confusas, onde temos uma atividade biológica, se não totalmente, grandemente indiferenciada. Psicologicamente, é o tempo das energias cósmicas que se manifestam por um caráter instintivo-pré-reacional que se traduz por uma supremacia da vida inconsciente, pela impulsividade e pela predominância da sensorialidade. 

VERÃO  ( NICOLAS  POUSSIN , SÉC. XVII )
Do segundo grupo fazem parte Gêmeos, Câncer e Leão, que constituem um período mitológico correspondente ao reino de Cronos. Se Urano nos fala da formação do espaço, Cronos nos dá a noção de tempo, as duas coordenadas necessárias para o aparecimento dos humanos. Por isso, o reino de Cronos (2ª dinastia) é lembrado como uma idade áurea, no qual temos um período ideal em que os humanos podiam ter a realização de todos os seus sonhos e anseios, uma realização que excluía forçosamente qualquer mudança, que pedia, no lugar da transformação, a imobilidade. No reino de Cronos a grande contradição se instala: o tempo humano é finito, o divino é infinito. No reino de Cronos tudo era dado aos humanos, nada lhes faltava. Por isso, o reino de Cronos, no qual os humanos apareceram, é lembrado como um paraíso perdido, que, ao final, não passou de uma perfeição estagnante. Cronos é, afinal, uma tentativa de interrupção do fluxo vital na qual ideias de ordem pretendem se sobrepor às do inexorável fluir.  

É no final do reino de Cronos que o ser humano se separa do indiferenciado, se individualiza; nasce a consciência de um eu e necessariamente a de um não-eu, distinção a partir da qual o mundo será vivido como dualidade, como sujeito e objeto. Neste período nascem o discernimento, a análise, as oposições, o conflito entre os opostos. O intelecto e a consciência analítica dominam. O desenvolvimento do ser humano, a conquista de eu autônomo se define geralmente como egocentrismo, como amor exagerado aos próprios valores e interesses a despeito dos de outrem. Exclusivismo que leva o ser humano a se tomar como referência a tudo. Para Kant, por exemplo, é o egoísmo uma paixão humana fundamental que consiste na submissão do dever ao interesse particular, em detrimento da obediência à lei moral. 

O terceiro grupo é formado por Virgem, Libra e Escorpião. Este
OUTONO  ( NICOLAS  POUSSIN , SÉC. XVII )
período corresponde ao domínio de Zeus, terceira dinastia da mitologia grega. É marcado por uma proposta de transcendência, de ascensão, caracterizado por ideias de organização, de redução ao essencial, de hierarquia, de harmonização com os outros, com o nosso próximo. Este período simbolicamente lembra subida em direção ao topo, ao zênite, palavra árabe que etimologicamente significa caminho reto e também o ponto superior de um círculo ou, ainda, lugar para onde aponta a cabeça. É neste período que a consciência supra-racional começa a se esboçar. Os princípios de associação, o sentimento de justiça e a procura de equilíbrio entre o eu e o não-eu, entre o objetivo e o subjetivo ganham espaço.

INVERNO   ( NICOLAS  POUSSIN , SÉC. XVII )
A última tríade nos traz Sagitário, Capricórnio e Aquário. Este período questiona e tenta pôr fim à concepção de Zeus como poder supremo, um poder que no mito se desenvolveu a partir de Homero e que termina com a filosofia helenística. A partir deste período a concepção de um Zeus cosmocrata, confundido com Providência única, deixa de existir para dar lugar às religiões místicas, à encarnação do Logos, às religiões do homem, à sua escalada em direção do grande Todo através da ciência e de seu subproduto, a tecnologia. 

Nesta última fase, a do aparecimento da quarta dinastia, temos um diálogo novo, diferente, entre o seu titular, o Homem, e o divino. É neste período que se prepara o ataque final das forças do humano às da terceira dinastia, a do divino. A ciência e a tecnologia se preparam para substituir o divino no “controle” do universo. Esta última e quarta etapa fala de afinidades que propõem uma vida comunitária, universal, nela assumindo o homem o comando das
NETUNO
forças que operam no cosmos, excluindo-se a ideia do divino, um conceito em extinção na era de Aquário que se aproxima (2.658), na qual o Sol, como manifestação da divindade, estará em exílio e Netuno em queda, planeta que simboliza na astrologia o princípio absoluto da receptividade passiva.  

Já tendo dado demonstrações do poder que obteve pelo uso do fogo prometeico recebido, o homem, como novo senhor do universo, avança, num primeiro momento, firmemente, ainda que em meio a muitas contradições, em direção da galáxia, no sentido de ocupá-la, de colonizá-la, leve, fluido, volátil, tornando-se o ser da aventura, da vanguarda, do progresso, da emancipação. Lembremos, apenas, que esta divisão zodiacal se fecha com Aquário, signo governado por Urano (espaço) e por Saturno (tempo), as duas forças mestras do universo, onde o homem, simbolizado pelo Sol, o eu, a vontade iluminada, se encontra exilado, como está acima.   

A maior parte dos astrólogos ocidentais usa o chamado Zodíaco tropical dos signos, que começa anualmente no primeiro dia da primavera (equinócio), no grau zero do signo de Áries. A palavra
EQUINÓCIO   VERNAL
tropical vem do grego tropos, e significa o que volta, o que se movimenta. Desse ponto em diante, o círculo zodiacal é dividido em doze partes de trinta graus cada uma, terminando no 30º do signo de Peixes. Devido à precessão dos equinócios, o início deste ciclo muda a cada ano. O equinócio vernal (primaveril) é usado para definir o Ano Trópico, ou seja, o período de tempo que há entre duas passagens sucessivas do Sol pelo equinócio vernal ou da primavera. 


PRECESSÃO  DOS  EQUINÓCIOS
O movimento da precessão dos equinócios é particularmente importante para os estudantes de Astrologia, pois ele é fator de mudança das estrelas polares e das eras astrológicas do mundo. A precessão é causada por uma relação entre a Terra, o Sol e a Lua. Vista do espaço, a Terra é um pouco achatada nas regiões polares e dilatada do equador, não sendo, pois, redonda, esférica, mais parecendo uma maçã do tipo fuji. A força de gravidade da Lua e, em menor intensidade, a do Sol, fazem com que ela gire como um pião. O eixo da Terra não é perpendicular à sua órbita, formando-se um ângulo de 23º27´de inclinação. A fim de manter a sua posição no espaço, a Terra tem um movimento oscilante. Este movimento faz com que ela, a cada ano, retroaja em cerca de 50 segundo de arco, ao caminhar pelo Zodíaco. Assim, ao final, depois de seu giro de 365 e ¼ dias em torno do Sol, a Terra não volta para o ponto exato de onde partiu, para a sua jornada anual. Ela retorna a um ponto que dista deste último mencionado cerca de um minuto (60 segundos). Esta regressão constante com relação ao seu ponto de partida provoca as mudanças de era no mundo, de Áries para Peixes, deste para Aquário e assim por diante. 

O período total da precessão é de cerca de 26.000 anos (25.920 anos, mais exatamente) e representa o tempo necessário para que cada uma das doze constelações zodiacais dê seu nome a uma era.
PITÁGORAS
Este grande ciclo foi definido, ao que parece, pela primeira vez por Pitágoras, no séc.VI aC. Por isso, é conhecido como o Grande Ano Pitagórico. Durante esse período, os polos norte e sul traçam círculos no espaço. O eixo imaginário que passa pelo centro da Terra, do polo sul ao polo norte, fica voltado para uma estrela de uma das chamadas constelações circumpolares. Essa conjunção eixo-estrela é por um longo período o “centro do universo”, chamando-se essa estrela de Polar (atualmente na constelação da Ursa Menor). 

No ano de 3.000 aC, a estrela alfa da constelação do Dragão era a estrela polar; no ano de 7500 dC, a estrela alfa de Cefeu será a estrela para a qual o polo norte estará apontado. Em 14.000 dC, a

estrela Vega ocupará essa posição. Em 28.000 dC, o mencionado eixo voltará a apontar para Polaris. Temos, pois, que os equinócios não são permanentes. O movimento precessional tem a direção dos ponteiros do relógio, enquanto o movimento aparente do Sol tem o sentido contrário.  

A astrologia praticada no oriente, especialmente na Índia, usa um zodíaco diferente daquele que é usado no ocidente para localizar os astros no nascimento de uma pessoa. Este Zodíaco é conhecido pelo nome de sideral ou melhor, sideral dos astros fixos, ou seja, o das constelações verdadeiras de onde os signos receberam seus nomes. No ano de 254 aC, não havia diferença entre estes dois Zodíacos, o trópico e o sideral. Atualmente, há uma diferença de quase 24º entre eles. No zodíaco tropical, alguém que nasça no dia 3 de abril tem o Sol aproximadamente a 13º de Áries. No sistema sideral, ele teria nascido com o Sol em uma posição, para menos, de 24º, ou seja, a 19º de Peixes. 


Toda vez que se inicia um ano astrológico a 21 de março, temos o chamado equinócio de primavera no hemisfério norte. É nesse momento que o Sol se encontra no ponto de intersecção (ponto vernal) do equador celeste com a eclíptica (via solis). Esse ponto, em razão do mencionado fenômeno da precessão dos equinócios, varia de ano para ano na base de 50´´26 por ano. Assim, em 72 anos, a diferença de um ponto vernal com o anterior será de 1º00'19". Em 2.160 anos, o ponto vernal terá se deslocado em 30º, ou seja, um signo no zodíaco constelacional. Em 25.920 anos teremos um deslocamento de 360º, um ciclo precessional completo. Tudo isto quer dizer que o Sol a cada 72 anos se coloca a 1º a menos em direção da ordem contrária à dos signos zodiacais.

Precessão é ato ou efeito de preceder. Na astronomia, é movimento vagaroso do eixo de rotação de um corpo celeste, resultante da influência exercida sobre ele por um ou mais astros. No caso de que tratamos, é um movimento retrógrado do nodo de uma órbita sobre um plano de referência móvel. Precessão dos equinócios é, pois, o movimento de recuo dos pontos equinociais.

Os equinócios, portanto, não são permanentes. O ponto vernal (vernalis é primaveril em latim) é usado para definir o ano trópico (tropos em grego é direção, desvio, movimento), tecnicamente o período de tempo considerado entre duas sucessivas passagens do Sol pelo ponto vernal, equinocial ou ponto Áries. O ano trópico é menor que o ano sideral, o tempo empregado pelo Sol em coincidir duas vezes consecutivas com o mesmo ponto na eclíptica ou em percorrer exatamente 360º, cujo equivalente em termos médios é de 365 dias, 6 horas, 9 minutos e 9,5 segundos. Já o ano trópico tem 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. 

A diferença entre a direção do Sol anualmente e o movimento precessional deu origem à suástica (svasti, em sânscrito, de onde veio a palavra, é saúde, bom augúrio), um dos símbolos mais antigos conhecidos pelo homem, presente em todas as civilizações e culturas, desde tempos pré-históricos. O símbolo é apresentado de dois modos: a) em direção contrária aos ponteiros dos relógios; b) na direção dos ponteiros dos relógios. 

Ao ciclo de 25.920 anos se deu o nome de grande ano heliacal, chamado pelos hindus de manvantara. A cada 2.160 anos, tempo que o Sol leva para atravessar um signo, se deu o nome de era. Na Grécia antiga, calculado por Pitágoras, recebeu o nome de grande ano pitagórico.

Atualmente, o Sol atravessa os últimos graus da constelação de Peixes, aproximando-se do trigésimo grau da constelação de Aquário. Ao atingir esse ponto, no ano de 2.658, ingressará a humanidade na chamada era de Aquário. Lembramos que os efeitos da era de Aquário já começaram a se fazer sentir desde fins do século XVIII, quando se descobriu o planeta Urano em 1.781. Para o fim e o começo das eras cósmicas, admite-se uma órbita de influência de 12º.  No ano de 1.218 estávamos a 10º de Peixes; no ano de 1.938, a 20º de Peixes; no ano de 2.010 estivemos a 21º de Peixes. 


B.V. RAMAN  (1912 - 1998 )
MAIOR ASTRÓLOGO DA ÍNDIA
Os antigos sacerdotes-astrólogos da Índia e de outras civilizações tinham pleno conhecimento da influência das eras cósmicas no desenvolvimento e na evolução dos povos ao estabelecer fundamentos religiosos, filosóficos, políticos, sociais e artísticos com base na posição em que o Sol se encontrava num signo constelacional. Dentre eras cósmicas anteriores à nossa (aC), temos:10.302, Leão; 8.142, Câncer; 5.982, Gêmeos; 3.822, Touro; 1.662, Áries. A era de Peixes, a atual, começou em 498 dC; Aquário começará em 2.658; Capricórnio, em 4.818 e assim por diante.

As eras cósmicas são a própria memória do mundo. Os ciclos precessionais constituem-se na base da evolução humana, permitindo-nos interpretar a história da humanidade já que marcam o aparecimento e o desaparecimento de raças, nações, de religiões e de deusas. Determinam inclusive o nascimento, a ascensão e a morte de uma raça raiz. O grande ano zodiacal se divide em quatro períodos (estações) de 6.480 anos cada um, formados cada um por três eras cósmicas. O predomínio da raça ariana teve início quando o Sol ingressou na constelação de Áries, em 1.662 aC, e se estenderá até 4.818, nele se incluindo as eras de Peixes e de Aquário. A estação seguinte compreenderá as eras dos signos de Capricórnio, Sagitário e Escorpião. No período anterior ao do domínio da raça ariana, tivemos a evolução, a ascensão e a decadência da chamada raça atlante, durante as eras de Câncer, Gêmeos e Touro. 

O caminho aparente do Sol na esfera celeste, conhecido como eclíptica (via solis), tem uma inclinação de 23º27´com relação ao equador terrestre ou celeste. Os pontos de intersecção das duas órbitas é conhecido como equinócios. No dia 21 de março, o Sol chega ao ponto vernal, iniciando-se o equinócio (etimologicamente, igual à noite, isto é, o dia) da primavera; no dia 23 de setembro, chegamos ao equinócio de outono. A inclinação entre as duas órbitas é a causa primeira do ciclo das estações.